domingo, 30 de agosto de 2009

CIRCUN-SCREVE

Círculo, circular, não há fora, "circun-screve". Abarca. Estou sempre dentro. Eloquentemente "ser" significa estar sempre dentro, desde dentro, de um modo de ser. Desde onde as coisas são vistas elas estão dentro. Vida, existência, viagem da e para a experiência.

Foto tirada do Lotus Coffee, no centro de Ubud, na Floresta dos Macacos. Flores de Lótus em abundância!

IDENTIDADE NO ESSENCIAL, E DOIS LADOS

“Do fundo da terra, a Obscuridade rugerreluz.
É isso também a vida. Por baixo.
Estranhos veios de ouro atravessando rochas ainda mais estranhas, fósseis
Faces murchas
Lágrimaspetreaspassadas estão buscando a superfície das coisascoisas

Alguém vive, alguém escreve
Esse é o ponto de partida,o ponto de chegada.
Algo está se movendo, então, Est?á Se,
Quem? E o que é, esse algo?

A vida.
E, nela, alguém, que escreve.
E o que escreve, o Livro, é a Ponte, entre a vida-lá
E o vivendo a vida aqui, em mim: alguém, que escreve.

O Livro é a vida? Não, o Livro não é a vida. É a outra vida".
Vicente Franz Cecim, em Ó Serdespanto, Viagem a Andara oO livro invisível.

Vang Vieng, Laos, meio de caminho entre Luang Prabang e Vientianne
No ainda terceiro solo da Indochina, emoções de vida inteira, dividida, e escrita.

AS COISAS MAIS BONITAS DE BALI NÃO ESTÃO À VENDA, COMO AS COISAS DE DENTRO DA ALMA

Crianças preparando oferendas para uma grande cerimônia

Quando cheguei à Bali encantei-me com uma Ilha sobre a qual nunca ouvira falar. Não estive na Bali de Kuta, embora tivesse ído lá. Estive de alma presente na Bali de Ubud, o coração artístico de Bali, onde talvez eu tenha conhecido o povo mais doce do mundo! Brahma, Vishnu e Shiva por lá residem, fazendo do hinduísmo a religião que, em plena harmonia com o budismo, faz da vida local uma continuidade de celebrações aos deuses, de reverências, oferendas e muito sorriso!

Bem o posso dizer, ao me lembrar de Suaka, o sacerdote-motorista que acabou sendo o meu guia por toda aquela região, onde se vê arte sob todas as formas, e festas e cerimônias a cada hora, em cada esquina, na rua, nos templos.

A ilha foi, durante muito tempo, refúgio para nobres, intelectuais e religiosos hindus, no século XVI, quando o islamismo impôs sua hegemonia na Indonésia.

É quase impossível descrever a beleza, charme, energia, o ambiente de Bali. Quando se deixa Bali, com certeza parte de nós fica por lá e parte de lá penetra no nosso ser, e não somos mais os mesmos!

Os balineses acreditam que o casamento é uma situação muito especial. Eles serram os dentes, ligeiramente, o que significa que os noivos estão dispostos a aceitar as dificuldades da vida conjugal. Não só a família participa desta cerimônia, também a comunidade.

Assim como o casamento, a apresentação do recém-nascido e a cerimônia de cremação têm muito valor para os balineses, são parte da preservação da sua tão peculiar cultura.

As coisas mais bonitas de Bali não se pode comprar. Meninas e mulheres que tecem cestos com grama, folhas e flores, preparam suas oferendas aos deuses, várias vezes ao dia. Quase todas as casas têm um templo, logo na sua entrada, onde também têm lugar as oferendas.

Passear por Ubud vale uma limpeza na alma; experiência não replicável. A pé, às vezes em uma pequena motocicleta, não importa. Quando se faz isso por vários dias o corpo, as emoções e a mente acabam se acostumando. Sair de lá sem o coração na mão é quase impossível! O que se vê por lá toca mesmo a alma. Com certeza fez-me uma pessoa melhor!

Templo de Besakih